Em 16 de abril do ano de 303 (ou 304) morria na cidade de Saragoça a jovem portuguesa Engrácia, nascida na cidade de Bracara-Augusta (Braga).

A flagelação de Santa Engrácia, por Bartolomé Bermejo (1474-1478)
Museu de Belas Artes de Bilbao

De passagem por Saragoça para casar com um oficial da Gália Narbonense, Engrácia levantou-se contra as perseguições que Daciano, Governador da Hispania no tempo do Imperador Diocleciano, fazia aos cristãos.

Daciano tentou por todos os meios que Engrácia abjurasse da sua fé e, não o conseguindo, condenou-a um terrível martírio que acabaria na sua morte, a que se seguiu a morte de um grande número de outros cristãos que ficaram para a história como os Inumeráveis Mártires de Saragoça.

Este martírio levaria a que a Igreja, em 592, no II Concílio de Saragoça a considerasse Santa, num momento em que o seu culto já se tinha espalhado por toda a Península Ibérica.

A Infanta D. Maria (1521-1577), última filha do rei D. Manuel I, sensível às artes e dotada de uma cultura invulgar, era devota de Santa Engrácia e patrocinou a construção da primeira igreja paroquial dedicada a esta mártir de origem lusitana. Depois de inúmeras vicissitudes e centenas de anos de construção, a igreja de Santa Engrácia foi escolhida para ser o Panteão Nacional.