Sidónio Pais chegou ao poder a 8 de dezembro de 1917 na sequência de um golpe revolucionário iniciado três dias antes. Com a deposição do Presidente Bernardino Machado e a proclamação de uma Junta Revolucionária, Sidónio Pais assume a chefia do governo e, em 27 de dezembro, a Presidência da República.

O Presidente Sidónio Pais na varanda dos Paços do Concelho após a cerimónia de proclamação – Joshua Benoliel – Arquivo Municipal de Lisboa

No “Diário do Governo”, Sidónio identifica assim os contornos da tomada do poder: “Cidadãos! A Revolução é feita em nome da Liberdade contra a tirania e a verdadeira liberdade exige calma nos espíritos, respeito por a vida e propriedade alheia e confiança na autoridade. Viva a Pátria! Viva a República”

Contudo, esta experiência revolucionária capitaneada por aquele que foi denominado “presidente-rei”, antigo catedrático da Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra, Ministro do Fomento, das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, acabou por durar pouco mais de um ano. Dias antes do Natal de 1918, na estação do Rossio, foi alvejado por um antigo sargento do exército e acabou por falecer no Hospital de São José.

O historiador António José Telo refere-se a Sidónio Pais como “uma das figuras mais fascinantes e enigmáticas da História portuguesa”, com uma passagem pelo poder que, apesar de curta, “inflamou paixões, despertou sentimentos adormecidos e ergueu ondas ainda hoje visíveis”.