Abílio Manuel de Guerra Junqueiro, imortalizado como Guerra Junqueiro, foi uma importantíssima personalidade literária da viragem do século XIX para o séc. XX, distinguindo-se como poeta e escritor.

Nascido em Freixo de Espada-à-Cinta, Guerra Junqueiro licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Depois de ter passado pelo Seminário, escolheu seguir uma carreira literária, distinguindo-se como poeta e escritor.

Teve relevante participação cívica, integrando o movimento académico de Coimbra, conhecido como Geração de 70, ao lado de Antero de Quental, Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, pugnando pela renovação da vida política e cultural portuguesa.

Foi também um importante actor político, antimonárquico, tendo sido deputado entre 1878 e 1891. Na sequência do Ultimatum inglês (1891), Guerra Junqueiro publicaria os opúsculos «Finis Patriae» e «Pátria», juntando-se à contestação nacional gerada em torno do governo português e da Casa de Bragança pela falta de firmeza na oposição à perda de domínio português nos territórios coloniais africanos situados entre Angola e Moçambique (o “mapa cor de rosa”).

Guerra Junqueiro faleceu a 7 de julho de 1923 e teve exéquias fúnebres nacionais para o Mosteiro dos Jerónimos, de onde foi trasladado para o Panteão Nacional em 1966.

“Guerra Junqueiro teve um papel extremamente importante no cenário cultural de Portugal. Foi classificado o “Victor Hugo português” devido à sua importância e foi considerado, por muitos, o maior poeta social português do século XIX. Recebeu o reconhecimento de escritores contemporâneos importantes, como Eça de Queirós, que o considerou “o grande poeta da Península”, como Sampaio Bruno, que viu nele o maior poeta da contemporaneidade, e como Teixeira de Pascoais, que o classificou “um poeta genial”. Fernando Pessoa também manifestou a sua admiração por Guerra Junqueiro, classificando Pátria uma obra “superior aos Lusíadas“. Da mesma forma, Miguel de Unamuno, escritor espanhol, também o considerou “um dos maiores poetas do mundo”. (Elisabeta Mariotto, in: http://cvc.instituto-camoes.pt/seculo-xix/guerra-junqueiro.html#.W5EULc5Ki70)

 

Bibliografia

  • Junqueiro, G. – A Morte De D. João. Porto: Livraria More, 1874
  • Junqueiro, G. – Contos para a Infância. 1875.
  • Junqueiro, G. – A Musa Em Férias. Lisboa : Typographia Universal, 1879.
  • Junqueiro, G. – A velhice do padre eterno. Porto : Livraria Minerva, 1885.
  • Junqueiro, G. – Finis Patriae. Porto : Empreza Litteraria e Typographica-Editora, 1890.
  • Junqueiro, G. – Os Simples. Porto : Typographia Occidental, 1892.
  • Junqueiro, G. – Oração Ao Pão. Porto : Livraria Chardron, 1903.
  • Junqueiro, G. – Pátria. Porto : Livraria Chardron, 1915.
  • Junqueiro, G. – Poesias Dispersas. Porto : Livraria Chardron, 1920.