O Panteão Nacional inaugura, no próximo dia 18 de maio, às 21:30, projeto de instalação visual S.O.S., de Eugenio Ampudia, com curadoria de André de Quiroga. A instalação estará patente ao público até 22 de maio.

A intervenção artística foi inicialmente pensada para o Museu Nacional de Artes Decorativas, em Madrid, e contou com o patrocínio do Ministério da Cultura de Espanha. Segundo a curadora Blanca de la Torre “trata-se de uma instalação que ocupa os vãos da fachada do museu a partir de uma série de leds que emitem o sinal internacional de socorro em código morse. Três pontos, três traços, três pontos. S.O.S.

Esta mensagem de auxílio, emitida por uma instituição cultural – e pública- converte-se, desse modo, num sinal da contemporaneidade. Instável e intermitente. Intermitente, como o conteúdo que alberga o próprio museu, um recipiente de arte que, por si, se habituou a viver nesse estado, de permanente inconstância.

O artista, como um agente intermediário do coletivo, lança assim uma petição de ajuda em direção a uma cultura agonizante, numa linguagem básica como o morse, uma linguagem universal, como a que a arte pretende ser. Na realidade, a arte sempre emitiu sinais mas, em situações de emergência, torna-se necessário buscar algo mais direto, talvez mesmo tendo que recorrer a uma mensagem literal. Que, ao mesmo tempo, apela ao gesto da impotência, a esse pedido de ajuda que, na realidade, vem sendo emitido há muito tempo, e a resposta é sempre que se sabe que o barco vai naufragar, que o farol continua sem luz, que o resgate não vai ter lugar. Que a única resposta possível é a do sistema, cuja resposta só se traduz em indiferença e em benefício pessoal.

Um augúrio de um final que se avizinha ou, o que ainda é pior, um endémico canto de cisne ao jeito de um intermitente réquiem.

http://www.eugenioampudia.net/portfolio/s-o-s/